Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37908
Tipo: Tese
Título: Saúde mental e relações étnico-raciais no Brasil: narrativas de Lima Barreto, leituras historiográficas e elucubrações ulteriores.
Título(s) alternativo(s): Mental health and ethnic-racial relations in Brazil: narratives by Lima Barreto, historiographical readings and subsequent reflections.
Autor(es): Rocha, Renan Vieira de Santana
Primeiro Orientador: Silva, Luís Augusto Vasconcelos da
metadata.dc.contributor.advisor-co1: Correia, Wesley Barbosa
metadata.dc.contributor.referee1: Silva, Luiz Augusto Vasconcelos da
metadata.dc.contributor.referee2: Correia, Wesley Barbosa
metadata.dc.contributor.referee3: Castellanos, Marcelo Pfeiffer
metadata.dc.contributor.referee4: Torrenté, Mônica de Oliveira Nunes de
metadata.dc.contributor.referee5: Tavares, Jeane Saskya Campos
Resumo: O campo da Saúde Mental é dotado de múltiplos e distintos matizes que se apresentam como necessários para que se possa operar uma análise mais acurada e cuidadosa dos fenômenos que se deseja compreender ante a tal – matizes dentre os quais destacamos, com sobrepujança, as questões étnicas e raciais brasileiras. O presente estudo, assim, deriva de uma pesquisa, em nível doutoral, cujo objetivo geral é identificar as narrativas produzidas sobre a relação entre Saúde Mental e racismo no início do século XX, no Brasil, a partir da obra autobiográfica Diário do Hospício & O Cemitério dos Vivos (1956), de Lima Barreto. Tal pesquisa compreende-se no campo teórico, metodológico e crítico da Saúde Coletiva, a partir de sua área de concentração em Ciências Sociais em Saúde, estando também na interface entre a Saúde Mental e os Estudos Étnicos e Raciais. Parte-se de uma abordagem qualitativa e bibliográfica (MINAYO; DESLANDES; ROMEU, 2012), sendo o seu método de produção e análise de dados a Análise de Narrativas Autobiográficas – conforme se verá, respectivamente, em Schütze (1976; 2014) e Jovchelovitch e Bauer (2002). Tal método foi aplicado à análise da obra supracitada, e colaborou na própria concepção de organização do presente estudo, que seguirá disposto em sete segmentos, a saber: (1º) Apresentação (ou Narrativa de Si); (2º) Considerações Introdutórias: Primícias; (3º) Considerações Teórico-Metodológicas: A Análise de Narrativas Autobiográficas na Saúde Coletiva; (4º) Considerações Teórico-Críticas: Leituras Históricas e Contemporâneas do Pensamento Científico Brasileiro sobre Saúde Mental e Racismo nos Séculos XX e XXI; (5º) Revisão Sistemática da Literatura Científica: Lima Barreto, a Loucura e a Loucura em Lima Barreto; (6º) Análise e Discussão dos Resultados: Narrativas de Lima Barreto e Elucubrações Ulteriores; e (7º) Considerações Finais: Arremates. Enquanto resultados, vale destacar que Lima Barreto foi um dos primeiros homens negros brasileiros a ter escrito sobre a realidade de um hospital psiquiátrico no país, enquanto paciente, quando de sua própria internação. Não se pode afirmar, categoricamente, que as suas vivências raciais e manicomiais o conduziram aos percalços com os quais se deparou em vida; todavia, tais percalços somam-se a um todo de análises que o próprio autor produziu, em suas obras, sobre a vida no Brasil do início do século XX. Nestas, ele evidencia a existência de um sistema opressor ante a população que se metaforiza na expressão do que deveria ser o “cuidado” às pessoas “alienadas” ou “loucas”, mas que acaba revelando-se como algo sobremaneira humilhante – especialmente quando direcionado a pessoas negras. Logo, longe de propor conclusões rotundas, procuramos provocar quais lugares foram reservados ao pensamento psicológico/psiquiátrico nacional de época na obra selecionada de Lima Barreto, de forma a que esta pesquisa possa, então, balizar a análise de nossas práticas profissionais em Saúde Mental na atualidade, evitando a repetição de erros do passado e provocando a produção de práticas em Saúde Mental que se proponham, efetivamente, antimanicomiais e antirracistas.
Abstract: The field of Mental Health is endowed with multiple and distinct nuances that are necessary for a more accurate and careful analysis of the phenomena to be understood in this context – nuances among which we highlight, with overpowering, Brazilian ethnic and racial issues. The present study, therefore, derives from a research, at a doctoral level, whose general objective is to identify the narratives produced on the relationship between Mental Health and racism in the early 20th century, in Brazil, from the autobiographical work Diário do Hospício & O Cemitério dos Vivos (1956), by Lima Barreto. Such research comprises the theoretical, methodological and critical field of Collective Health, from its area of concentration in Social Sciences in Health, also being at the interface between Mental Health and Ethnic and Racial Studies. It starts from a qualitative and bibliographic approach (MINAYO; DESLANDES; ROMEU, 2012), and its method of production and data analysis is the Analysis of Autobiographical Narratives – as will be seen, respectively, in Schütze (1976; 2014) and Jovchelovitch and Bauer (2002). This method was applied to the analysis of the aforementioned work, and collaborated in the very conception of organization of the present study, which will be arranged in seven segments, namely: (1st) Presentation (or Self Narrative); (2nd) Introductory Considerations: Firstfruits; (3rd) Theoretical-Methodological Considerations: The Analysis of Autobiographical Narratives in Public Health; (4th) Theoretical-Critical Considerations: Historical and Contemporary Readings of Brazilian Scientific Thought on Mental Health and Racism in the 20th and 21st Centuries; (5th) Systematic Review of Scientific Literature: Lima Barreto, Madness and Madness in Lima Barreto; (6th) Analysis and Discussion of Results: Narratives by Lima Barreto and Further Elucubrations; and (7th) Final Considerations: Finishings. As a result, it is worth noting that Lima Barreto was one of the first black Brazilian men to have written about the reality of a psychiatric hospital in the country, as a patient, during his own hospitalization. It cannot be categorically stated that his racial and asylum experiences led him to the mishaps he encountered in life; however, such mishaps are added to a set of analyzes that the author himself produced, in his works, about life in Brazil at the beginning of the 20th century. In these, he evidences the existence of an oppressive system before the population that is metaphorized in the expression of what should be “care” for “alienated” or “crazy” people, but which ends up revealing itself as something extremely humiliating – especially when directed to black people. Therefore, far from proposing definitive conclusions, we seek to provoke which places were reserved for the national psychological/psychiatric thought of the time in the selected work of Lima Barreto, so that this research can, then, guide the analysis of our professional practices in Mental Health today, avoiding the repetition of mistakes of the past and provoking the production of practices in Mental Health that propose, effectively, anti-asylum and anti-racist positions.
Palavras-chave: Saúde Mental
Serviços de Saúde Mental
Racismo
Relações Étnico-Raciais
Literatura e Saúde Coletiva
Análise de Narrativas
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Sigla da Instituição: ISC-UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
metadata.dc.publisher.program: Coleções por área do conhecimento
Tipo de Acesso: Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazil
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37908
Data do documento: 6-Dez-2022
Aparece nas coleções:Tese (ISC)

Arquivos associados a este item:
Não existem arquivos associados a este item.


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons