Observatórios: redes de informação e comunicação para políticas de saúde?.

Abstract

A democratização e a facilidade de publicação da informação, apoiadas nas novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), vem aproximando, de forma mais intensa, os momentos de produção e compartilhamento do conhecimento em saúde, bem como a formação de redes. Tem-se notado, nas últimas décadas, o uso crescente de observatórios ou rede de observatórios, como um dispositivo institucional para a Saúde e para as políticas de saúde. Esse estudo analisou as potencialidades e limites desses observatórios na produção e disseminação de conhecimento para contribuir com a formulação e acompanhamento de políticas de saúde pelos gestores e sociedade. Contemplou o mapeamento de observatórios de saúde, identificando brasileiros e internacionais de países que possuem sistemas universais de saúde, com foco na análise de políticas de saúde. Fundamentou-se na Cibercultura e na Teoria Ator-Rede para melhor compreender como atores humanos e não humanos podem se associar na composição de redes híbridas. Foi estruturado sob a forma de quatro artigos complementares entre si cujas opções metodológicas contemplaram: a) revisão de literatura acerca das narrativas existentes sobre os observatórios na área de saúde, caracterizando a produção científica sobre experiências brasileiras e internacionais dedicadas à temática da análise de políticas e sistemas; b) estudos exploratórios de casos múltiplos para caracterizar e analisar comparativamente os observatórios de saúde através da tipificação quanto à estrutura, instituições, sujeitos; recursos, público preferencial, repertórios lingüísticos, usabilidade, interatividade, conteúdos e temáticas publicadas; c) estudo de casos múltiplos que analisou as associações que compõem os observatórios de saúde enquanto redes sociotécnicas em contextos de políticas e análises de sistemas de saúde a partir da Teoria-Ator-Rede. A presente investigação estudou também a dinâmica dos observatórios sob a perspectiva de atuação em redes e desenvolveu um modelo teórico-metodológico para análise de observatórios de saúde com foco em análises de políticas e sistemas.